climática

"Eu vinha lendo algumas consignas que há pintadas nas ruas, e acredito que ouvi algumas dessas consignas destes jovens quando iam o jovem e a jovem lá. Há duas que anotei, ouvem-se, entre outras, duas poderosas consignas: Uma: "Não mudem o clima, mudem o sistema" (Aplausos), e eu a tomo para nós: Não mudemos o clima, mudemos o sistema e, em consequência, começaremos a salvar o planeta. O capitalismo, o modelo de desenvolvimento destrutivo está acabando com a vida, ameaça acabar definitivamente com a espécie humana.

O outro lema chama à reflexão, em consonância com a crise bancária que percorreu o mundo e ainda o golpeia, e a forma, como os países do Norte rico auxiliaram os banqueiros e os grandes bancos; só os Estados Unidos..., bom, se perdeu a cifra, é astronômica, para salvar bancos. Dizem nas ruas o seguinte: "Se o clima fosse um banco, já o teriam salvado", e acredito que é verdade (Aplausos). Se o clima fosse um banco capitalista, dos maiores, já o teriam salvado os governos ricos.

Acredito que Obama ainda não chegou, recebeu o Prêmio Nobel da Paz quase no mesmo dia que mandava 30 mil soldados mais para matar inocentes no Afeganistão, e vem agora se apresentar aqui com o prêmio Nobel da Paz o presidente dos Estados Unidos.


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O objetivo cientificamente sustentado de reduzir a emissão de gases poluentes e conseguir um convênio de cooperação, a longo prazo, a todas as luzes, hoje, a esta hora, parece que fracassou, por agora. Qual a razão? Sem dúvida, a razão é a atitude irresponsável e a falta de decisão política das nações mais poderosas do planeta. Que ninguém se sinta ofendido, evoco José Gervasio Artigas quando afirmou: "Com a verdade nem ofendo nem temo"; mas realmente é uma atitude irresponsável, de marchas, de contramarchas , de exclusão, uma manipulação elitista de um problema que é de todos e que somente poderemos resolver entre todos.

O conservadorismo político e o egoísmo dos grandes consumidores, dos países mais ricos, expressam uma elevada insensibilidade e falta de solidariedade com os mais pobres, com os famintos, com os mais vulneráveis às doenças, aos desastres naturais.

Senhor presidente, torna-se imprescindível um novo e único acordo aplicável a partes absolutamente desiguais, pela magnitude de suas contribuições e capacidades econômicas, financeiras e tecnológicas e que esteja baseado no respeito irrestrito aos princípios contidos na Convenção.

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Tenho aqui uma cita que quero ler, brevemente, do grande teólogo da Libertação, Leonardo Boff, como sabemos, brasileiro, nossoamericano.

Sobre este tema Leonardo Boff diz o seguinte: "Qual a causa? Ah, a causa é o sonho de buscar a felicidade através da acumulação material e do progresso ilimitado, utilizando para isso a ciência e a técnica, com as quais podemos explorar de forma ilimitada todos os recursos da Terra", e cita aqui Charles Darwin e sua seleção natural, a sobrevivência dos mais fortes; mas sabemos que os mais fortes sobrevivem sobre as cinzas dos mais fracos.

Jean Jacobo Rousseau ? sempre devemos lembrá-lo ? também dizia: "Entre o forte e o fraco a liberdade oprime". Por isso é que o império fala de liberdade, é a liberdade para oprimir, para invadir, para assassinar, para aniquilar, para explorar, essa é sua liberdade. E Rousseau acrescenta a frase salvadora: 'Somente a lei liberta'. " - hugo chavez